"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implanteantes da caridade." (Paulo Freire)

Quem somos?

Quem somos?
Um grupo de Estudos e Pesquisa em Formação Permanente de profissionais envolvidos com a temática: Criança em Situação de Vulnerabilidade.

Por que pedagogia social?

Por: Margareth Martins de Araújo

A Pedagogia Social é um componente da Pedagogia que se responsabiliza diretamente com a inclusão das crianças em situação de vulnerabilidade social no universo escolar. Quanto mais a população de um país é entregue a própria sorte, maior se faz a necessidade da pedagogia Social, que se traduz em um fazer pedagógico voltado para a realidade das crianças e adolescentes expostos a todo o tipo de dificuldades oriundas de uma educação direcionada para um público com valores e necessidades bem diferentes. Dificuldades estas que não abrangem apenas o âmbito educacional como também o social, o político e o afetivo, por exemplo.
Ao abraçarmos a Pedagogia Social como tema de trabalho, como foco do nosso interesse, como questão reflexiva, o fizemos por perceber o quanto precisamos aprender com os sujeitos do flagelo social brasileiro para com eles trabalhar. São milhões de crianças e jovens que não se vêm contemplados no cotidiano das escolas, que se sentem alijados de um processo do qual seus próprios pais e avós, quem sabe, também o foram e, por mais que possa parecer uma “questão hereditária”, trata-se de um processo histórico de exclusão que, ao longo dos anos, transforma em marginais seres humanos capazes, competentes e brilhantes.

Muito pouco ou quase nada do que aprendi me auxilia para com eles lidar. É preciso me formar, me alfabetizar em uma nova forma de ser e estar professora para construir um novo sentido para o magistério por mim exercido. Penso existir em algum lugar professores que comunguem com minhas ideias e é para eles e com eles que abrimos um espaço de trabalho como este. As questões investigativas são construídas, principalmente, na dor, no calor do exercício de um fazer que se impõe a cada dia, a cada hora. Não diferente, suas respostas são oriundas do amor, do compromisso forjados a ferro e fogo no cadinho da existência humana. Apenas um professor capaz de enxergar-se em seus alunos, será capaz de ao resgatá-los do processo de indigência educacional em que se encontram resgatar- se também.

Ouso afirmar a existência de um tripé que se constitui em um desafio permanente para o Educador Social: o primeiro pilar é o da construção de sua própria identidade. Uma identidade que só faz sentido atrelado ao outro; ou seja, ao aluno. O segundo o da aceitação, é preciso aceitar seu aluno como ele é, com suas histórias e memórias, com seus textos e contextos de emergências. É possível afirmar que o processo de aceitação do outro passa, principalmente, pela própria aceitação, caso contrário, não passará de mero discurso representado por palavras soltas ao vento. Falamos, portanto, de testemunho vivo de um fazer capaz de por em diálogo o binômio teórico- prático, invocando permanentemente a questão da coerência, o que nos é bastante desafiador. E finalmente, porém não menos importante, o terceiro pilar é o da responsabilidade. Para além de se identificar com os educandos e neles se reconhecer e, aceitá-los em sua legitimidade, o Educador Social precisa responsabilizar-se por eles. Responsabilizar-se a tal ponto por seu fazer pedagógico que será impensável não incluir o sucesso dos educandos no rol do seu próprio sucesso. Falamos, portanto, de uma relação de pertencimento capaz de compreender educador e educando como partes integrantes de uma mesma realidade, não fazendo mais sentido a existência de um sem o outro.

SOBRE O PROJETO PIPAS

Nasce da defesa da tese de doutorado concluída na UNICAMP, 2004, cujo tema tem como título "Trabalho Infantil Urbano". A tese originou um projeto de pesquisa, um projeto extensão e um de ensino desenvolvidos na UFF - SSE - Departamento Sociedade, Educação e Conhecimento.

A primeira turma formada pela Drª Margareth foi no ano de 2009 onde 40 pessoas participaram do curso de extensão. No ano seguinte, cerca de 65 pessoas se inscreveram para participar do PIPAS. Este ano, o curso ultrapassou o limite de inscrição e alcançou a marca de 115 pessoas. Um avanço para o diálogo entre a educação e a proteção social no Brasil.

Após 3 ano de implementação desses projetos fundamos o presente grupos PIPAS. O projeto é responsável pelo curso Pedagogia social que se encontra no seu 3º ano atendendo municípios, instituições e pessoas.

O Projeto PIPAS tem como objetivo formar professores e educadores sociais para trabalhar e pesquisar o desenvolvimento integral das crianças em vulnerabilidade.


PIPAS UFF